Ao abordar o assunto “ressurreição” junto a um círculo de pessoas cristãs, é possível que haja uma divisão entre elas, no melhor sentido da palavra. É que uns se absterão de falar do assunto, seja por temor ou desconhecimento mesmo, enquanto outros discorrerão timidamente sobre o tema, ainda que com ressalvas. O que não se vê corriqueiramente, é um grupo de cristãos certos do que estão falando no que tange às ressurreições descritas na Palavra de Deus, já que a grande maioria as tem por assunto meramente teológico e, por isso, pertencente à seara dos “teólogos” ou “doutores” que atualmente atuam no meio cristão.
A abordagem do assunto não era diferente na época bíblica que retratou os passos e Obras de Jesus aqui nesta terra. Pelo contrário, o assunto já gerava polêmica, inquietação e muitos equívocos, a exemplo dos chamados Saduceus – que acreditavam que jamais haveria ressurreição (Lc 20:27) e também dos falsos mestres de Éfeso, Himeneu e Fileto – que acreditavam que a ressurreição dos mortos já havia ocorrido (2 Tm 2:17-18) e ainda, os homens atenienses do areópago, que “escarneciam” (zombavam) de Paulo ao ouvi-lo pregar as verdades incontestáveis acerca das ressurreições (Atos 17:32). Destaque para a advertência do Apóstolo Paulo sobre a propagação de tais inverdades por Himeneu e Fileto, chamando a atenção de Timóteo para o fato de que suas afirmações “roeriam como gangrena” e “perverteriam a fé de alguns”. Pois bem, atualmente o cristão não se preocupa muito com as solenes ressurreições previstas, tanto para justos (entenda-se por aqueles já justificados pela Fé no Sangue do Senhor Jesus Cristo), como para injustos (entenda-se por aquele que não creu no Nome do Senhor Jesus Cristo, não podendo ser justificado), sem se preocupar também com a perversão que o desvio da verdade sobre isso traz no coração humano, como notamos da disposição bíblica. É evidente a proliferação da “gangrena” apontada pelo Apóstolo, até os dias atuais, onde vemos religiões segundo as quais seus adeptos burlam as claras profecias bíblicas a fim não crerem nas ressurreições – ou crerem apenas em algumas delas, a seu bel-prazer, como os Fariseus de (Atos 23:8) – distorcendo a realidade de seus eventos para proveito próprio. Logo, encontra-se de tudo sobre as ressurreições na chamada cristandade, desde a ressurreição com fins de reencarnação, até a crença de que a ocorrência dela estaria condicionada às condições meritórias do ressurreto (como prática de boas obras ou ressurgimento à vida para paga de pecados e consequências de atos passados...). Esta conduta leviana para com os assuntos bíblicos tem causado demasiada confusão no coração das pessoas, as afastando de se aprofundar na Palavra de Deus ou as instruindo de forma equivocada, com a inserção de más doutrinas em seus entendimentos. Não obstante a isso, há também um temor natural do ser humano, em tratar um assunto que, inevitavelmente, passa pela morte, afinal, em uma conclusão lógica, não há como ressurgir das entranhas da morte sem antes passar por ela, não é verdade? Mas, para você que possui este temor, a viva e eficaz Palavra de Deus traz uma ótima notícia, pois estas ressurreições estão claramente subdivididas e bem definidas na bíblia, no que diz respeito a salvos e perdidos, sem contar que estão intimamente ligadas ao Senhor Jesus Cristo, pois Ele mesmo declara ser a própria ressurreição em pessoa e a via pela qual a mesma se tornara possível ao homem, como conferimos em João 11:25 e 1 Cor. 15:21. João 11:25 Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá; 1 Coríntios 15:21 Porque assim como a morte veio por um homem, também a ressurreição dos mortos veio por um homem. Se você creu em Jesus Cristo como seu único e pessoal Salvador, confessando genuinamente que Ele morreu na Cruz por você e encontra-se aguardando ansioso por Sua vinda, sem dúvidas que você está incluso no plano de salvação e também será arrebatado a qualquer momento, acaso esteja vivo nesta ocasião, ou ressurgirá incorruptível durante um dos estágios da 1ª Ressurreição, acaso na mesma ocasião já tenha falecido, como indica cristalinamente 1 Ts 4:16-17 (o versículo 16 para os que estiverem mortos e o versículo 17 para os que estiverem vivos no exato momento do arrebatamento). Os mortos ressuscitarão primeiro, vindo após a transformação dos vivos, todos em corpos glorificados e incorruptíveis, em um lapso equivalente a um piscar, isto é, um “abrir e fechar de olhos”. Entretanto, se você ainda não creu em Jesus Cristo e em Sua obra Redentora naquela Cruz, ao ler este breve comentário, também se identificará com a 2ª Ressurreição e suas consequências. Desta forma, cabe a você leitor, conferir as presentes afirmativas no conteúdo bíblico à sua disposição e, ao final da leitura, ponderar para escolher quando e de que forma você ressuscitará – a escolha é sua – já que é certa a hora em que TODOS ressurgirão, uns para a vida eterna e outros para a condenação eterna, uns para ressurreição da VIDA (que serão recolhidos de entre os mortos) e outros para ressurreição da CONDENAÇÃO ETERNA (que serão recolhidos com todos os mortos) para serem lançados no lago de fogo ardente, confira: João 5:28-29 Não vos maravilheis disto; porque vem a hora em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz. E os que fizeram o bem sairão para a ressurreição da vida; e os que fizeram o mal para a ressurreição da condenação. Daniel 12:2 E muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para vida eterna, e outros para vergonha e desprezo eterno. Atos 24:15 e tenho em Deus a mesma esperança desses homens: de que haverá ressurreição tanto de justos como de injustos. 1 Pedro 1:3 Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo! Conforme a sua grande misericórdia, ele nos regenerou para uma esperança viva, por meio da ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos. Importante ressaltar que os mortos em Cristo aguardam em um lugar de delícias espirituais, desfrutando conscientemente da inexprimível presença do Próprio Senhor Jesus Cristo (Ap 6:9-11), enquanto que os mortos na incredulidade (SEM Cristo), aguardam no denominado “she’óhl” – traduzido por Seol ou “Haí-des” – traduzido por Hades (termos respectivamente hebraico e grego que denotam lugar de morte e sofrimento), exatamente como encontramos na história contada por Jesus em (Lc 16:19-31) – O Rico e Lázaro. Repare que não se trata de uma parábola – que seria uma narrativa alegórica, meramente ilustrativa e exemplificativa – mas ali, Jesus conta uma história verídica, considerando que somente nesta passagem ele atribui nomes às pessoas, como Lázaro. Ademais, o hades aparece em outras passagens como um lugar indesejável para a alma, confira (At 2:27 e 2:31). Quanto ao título da passagem se referir à ela como uma “parábola”, é necessário lembrar aos irmãos que os títulos e subtítulos bíblicos não derivam do escrito original, tendo sido inseridos pelos copistas ao longo do tempo. Logo, a inserção do termo – “A Parábola do rico e Lazáro” – no título iniciado ao versículo 19 do capítulo 16 do Evangelho segundo Lucas, contém o erro de atribuir a uma história verídica, a pecha de parábola (narrativa alegórica, usada para exemplificar fatos através de comparações ou analogias). Antes de passarmos à ordem cronológica dos acontecimentos ressurgentes, importante frisar que a Palavra de Deus, inicialmente, divide em DUAS partes os eventos de ressurreições que estão para acontecer. Elas são nominadas de “1ª Ressurreição” e “2ª Ressurreição” e estão separadas por um lapso de MIL ANOS (período em que o Senhor Jesus Cristo reinará aqui na terra, denominado de reino milenial ou milenar), vejamos: Apocalipse 20:5-6 Mas os outros mortos não reviveram, até que os mil anos se acabaram. Esta é a primeira ressurreição. Bem-aventurado e santo aquele que tem parte na primeira ressurreição; sobre estes não tem poder a segunda morte; mas serão sacerdotes de Deus e de Cristo, e reinarão com ele mil anos. E a morte e o inferno foram lançados no lago de fogo. Esta é a segunda morte. Ciente da certeza bíblica de que haverá a 1ª e 2ª ressurreições, passamos às suas características e ordem cronológica (ocorrência no tempo), onde a 1ª Ressurreição está dividida em 3 (três) estágios e foi inaugurada com a ressurreição do próprio Senhor Jesus Cristo. Ele foi feito as primícias (primeiro) daqueles que haverão de ressurgir dentre os mortos (1 Cor 15:20). A ressurreição do Senhor Jesus guarda relação com a essência do próprio evangelho da graça que hoje pregamos, pois se não crermos que Ele ressuscitou dentre os mortos, todo o restante da nossa pregação e a eficácia da nossa Fé em Seu Nome perde a razão de ser, pelo que nossos pecados jamais poderiam ser perdoados sem a Fé no fato D’Ele ter vencido a morte. O Apóstolo Paulo nos bem explicou sobre isso em 1 Cor 15:14-17. Contudo, crendo ou não que Cristo ressuscitou dentre os mortos, fazemos parte de uma sequência lógica de ressurgimentos, já que Paulo não titubeou ao escrever a ordem destas ocorrências, que tiveram início com a ressurreição do próprio Senhor Jesus (1º estágio), passando pela ressurreição daqueles que morrerem (ou dormirem) em Cristo – no arrebatamento (2º estágio) – e terminando com a ressurreição daqueles que, também em Cristo, forem martirizados ou morrerem em decorrência dos eventos proféticos que ocorrerão durante o período da grande tribulação (3º estágio), a fim de que ressurjam e reinem com Cristo por mil anos, como podemos verificar na Palavra de Deus: 1º estágio: A ressurreição de Cristo (já ocorrida): 1 Co 15:23 Mas cada um por sua ordem: Cristo as primícias, depois os que são de Cristo, na sua vinda. Lucas 24:5-7 Amedrontadas, as mulheres baixaram o rosto para o chão, e os homens lhes disseram: "Por que vocês estão procurando entre os mortos aquele que vive? Ele não está aqui! Ressuscitou! Lembrem-se do que ele lhes disse, quando ainda estava com vocês na Galiléia: ‘É necessário que o Filho do homem seja entregue nas mãos de homens pecadores, seja crucificado e ressuscite no terceiro dia’. 2º estágio: A ressurreição dos que morreram na Fé em Deus – desde a saída de Adão do Éden – por ocasião do arrebatamento da Igreja (pode ocorrer a qualquer momento): 1 Coríntios 15:51-53 Eis aqui vos digo um mistério: Na verdade, nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados; Num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta; porque a trombeta soará, e os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados. Porque convém que isto que é corruptível se revista da incorruptibilidade, e que isto que é mortal se revista da imortalidade. 1 Ts 4:13-17 Não quero, porém, irmãos, que sejais ignorantes acerca dos que já dormem, para que não vos entristeçais, como os demais, que não têm esperança. Porque, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também aos que em Jesus dormem, Deus os tornará a trazer com ele. Dizemo-vos, pois, isto, pela palavra do Senhor: que nós, os que ficarmos vivos para a vinda do Senhor, não precederemos os que dormem. Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor. 3º estágio: A ressurreição dos santos que foram mártires – ou morreram em decorrência do cumprimento de um evento profético – durante o período da grande tribulação: Ap. 20:4-5 E vi tronos; e assentaram-se sobre eles, e foi-lhes dado o poder de julgar; e vi as almas daqueles que foram degolados pelo testemunho de Jesus, e pela palavra de Deus, e que não adoraram a besta, nem a sua imagem, e não receberam o sinal em suas testas nem em suas mãos; e viveram, e reinaram com Cristo durante mil anos. (Mas os outros mortos não reviveram, até que os mil anos se acabaram). Esta é a primeira ressurreição. Nota-se, portanto, que o Apóstolo João põe um termo à primeira ressurreição, encerrando-a, quando aponta para o 3º estágio assentando a frase “Esta é a primeira ressurreição”, referindo-se a ela como sendo o último evento de ressurgimento de mortos para vida e salvação, que ocorrerá em período imediatamente anterior ao período milenial. Quanto ao MILÊNIO – trata-se de um reinado de Cristo, que ocorrerá por mil anos aqui na terra, cujos participantes serão os judeus e gentios convertidos durante a grande tribulação – este reinado ocorrerá no intervalo entre as duas ressurreições aqui estudadas e todo aquele que estiver convertido ao Senhor Jesus e vivo, entrará no reino milenial de Cristo. Os que tiverem morrido ou sido martirizados – na Fé em Cristo – durante o período da grande tribulação, serão ressuscitados para também entrarem no reino milenial. Para compreender melhor o temo, acesse os links: http://www.respondi.com.br/2012/07/o-arrebatamento-sera-na-metade-da.html e http://manjarcelestial.blogspot.com.br/2014/02/o-apocalipse-e-o-reino-clarence-e-lunden.html#more. Os que morrerem na incredulidade neste período (grande tribulação), se juntarão aos “outros mortos” de (Ap. 20:5), e aguardarão o julgamento dos perdidos de todas as eras, que ocorrerá somente para a condenação, após o término deste reino milenial. Considerando que os “outros mortos não reviveram até que os mil anos se acabaram” (Ap. 20:5), daí surge a pergunta: que “outros mortos” são estes? Quando ressurgirão? Pois bem, estes são os perdidos de todas as eras – que morreram na incredulidade – sem crer em Jesus Cristo – e estão reservados para a chamada 2ª ressurreição. Esta ocorrerá apenas uma vez (não há estágios) e será proveniente do estabelecimento do GRANDE TRONO BRANCO, segundo o qual os mortos na incredulidade serão julgados segundo as suas obras e, consequentemente, condenados, não por ser esta a vontade de Deus, mas por estarem “destituídos” da sua glória pelo pecado original, tendo rejeitado a justificação por tal pecado (que somente pode ser concedida pelo reconhecimento do valor pago pelo Sangue de Cristo vertido na Cruz do calvário – Rm 3:23). Este evento foi predito por Deus através do Apóstolo João em Ap. 20:11-15: Ler Ap. 20:11-15 E vi um grande trono branco, e o que estava assentado sobre ele, de cuja presença fugiu a terra e o céu; e não se achou lugar para eles. E vi os mortos, grandes e pequenos, que estavam diante de Deus, e abriram-se os livros; e abriu-se outro livro, que é o da vida. E os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras. E deu o mar os mortos que nele havia; e a morte e o inferno deram os mortos que neles havia; e foram julgados cada um segundo as suas obras. E a morte e o inferno foram lançados no lago de fogo. Esta é a segunda morte. E aquele que não foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo. Aqui vale lembrar que esta ressurreição (2ª) ocorrerá apenas para a lavratura da sentença que condenará os perdidos, pois todos os que ressuscitarem nesta ocasião, estarão condenados ao lago de fogo, onde haverá pranto e ranger de dentes, por terem rejeitado conscientemente a verdade das escrituras sagradas sobre o sacrifício de Cristo para remissão do pecado humano. Neste sentido, a Palavra nos adverte, que “bem aventurado e santo é aquele que tem parte na primeira ressurreição” (Ap. 20:6), uma vez que todos os que morreram sem Cristo somente ressurgirão ali, na segunda ressurreição, onde serão julgados “cada um segundo as suas obras” (v. 13) e, através da “segunda morte” serão lançados no lago de fogo (vs. 14 e 15), que está preparado originariamente para o Diabo e seus anjos (Mt 25:41), mas também servirá para muito homens que rejeitaram o amor e não creram na verdade que se estabelece somente na Pessoa o Obra do Senhor Jesus Cristo (2 Ts. 2:10-12). Ainda sobre a segunda morte, para melhor entendimento, J.N. Darby escreveu certeiramente, em referência feita pelo irmão Mário Persona em seu vídeo explicativo, que pode ser encontrado no link: http://www.respondi.com.br/2009/03/qual-e-segunda-morte.html: assim, segue o trecho: "As escrituras falam expressamente da segunda morte, a qual é o lago de fogo; isto é, até onde a linguagem pode expressar, a pessoa perde sim sua vida mais de uma vez. A segunda morte é descrita como o tormento no lago de fogo, não como a aniquilação da pessoa; de qualquer modo, uma segunda morte é a declaração de que a vida pode ser perdida mais de uma vez". Em resumo e nesta ordem, primeiro Cristo venceu a morte e ressuscitou ao terceiro dia, inaugurando, através do 1º estágio, o desenrolar da 1ª Ressurreição. A Igreja de Cristo deve somente aguardar pelo arrebatamento, onde ocorrerá o 2º estágio da 1ª ressurreição, com o ressurgimento de todos aqueles que dormiram (ou morreram) em Cristo para integrarem-se à parte da Igreja que ainda estiver viva na ocasião e, juntos, “encontrar com o Senhor nos ares” (1 Ts 4:13:17 e 1 Cor 15:51-52). Esta é a vinda do Senhor Jesus PARA A SUA IGREJA* – observe o termo grifado. Em contínuo, após o arrebatamento da igreja, inaugurar-se-á um período de 7 (sete) anos – os primeiros 3 anos e meio são considerados “princípio de dores” e os últimos 3 anos e meio podem ser chamados de “a grande tribulação” (Mt. 24:1-44). Ao profeta Daniel este período já havia sido revelado, contudo, apenas em linhas gerais, o que descreveu como a última das setenta semanas do capítulo 9 de seu livro (profeticamente o período atual é de 7 anos para cada semana). A história, por si mesma, comprova o cumprimento das primeiras sessenta e nove semanas até a crucificação de Cristo (Dn 9:24-26), restando apenas a septuagésima semana de 7 ANOS para ser cumprida após o arrebatamento da igreja – a chamada plenitude dos gentios em Cristo (Rm 11:25). O tema mostra que a povo de Israel fará um concerto com Deus durante este período de 7 anos de grande tribulação (Dn 9:27). Estas disposições proféticas foram seladas (fechadas) pelo profeta Daniel, por ordem do anjo que lhe orientara na época, sob o argumento de que elas seriam para o “tempo do fim” (Dn 12:4 e 12:9). Sobrevindo o ministério do Apóstolo João na Ilha de Patmos para escrever o Livro do Apocalipse (ou seja, o livro que versaria sobre o tempo do fim), a ordem do anjo que lhe aparecera fora exatamente contrária àquela dada ao Profeta Daniel, quando lhe orientou a NÃO selar (fechar) as palavras daquela profecia, porque o tempo profetizado por Daniel estava próximo (Ap 22:10). Assim as profecias foram pormenorizadas através do Próprio Senhor Jesus nos evangelhos e também pelo Apóstolo João, na compilação do livro do Apocalipse e o período da grande tribulação se tornou ainda mais evidente ao nosso entendimento: Daniel 12:1 E naquele tempo se levantará Miguel, o grande príncipe, que se levanta a favor dos filhos do teu povo, e haverá um tempo de angústia, qual nunca houve, desde que houve nação até àquele tempo; mas naquele tempo livrar-se-á o teu povo, todo aquele que for achado escrito no livro. Mateus 24:6-8 E ouvireis de guerras e de rumores de guerras; olhai, não vos assusteis, porque é mister que isso tudo aconteça, mas ainda não é o fim. Porquanto se levantará nação contra nação, e reino contra reino, e haverá fomes, e pestes, e terremotos, em vários lugares. Mas todas estas coisas são o princípio de dores. Mateus 24:21 Porque haverá então grande aflição, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem tampouco há de haver. Apocalipse 7:14 E eu disse-lhe: Senhor, tu sabes. E ele disse-me: Estes são os que vieram da grande tribulação, e lavaram as suas vestes e as branquearam no sangue do Cordeiro. Neste período – 7 anos de tribulação e angústia – os judeus remanescentes voltarão a tratar com Deus e muitos se converterão por arrependimento – não mais por fé, pois o Espírito Santo será retirado da terra juntamente com a Igreja no arrebatamento (2 Ts 2:6-8), razão pela qual não será mais possível que alguém seja selado para a salvação, tal como ocorre atualmente, uma vez que este SELO INDIVIDUAL só se mostra possível através do Espírito Santo (Ef 1:13 e 4:30,), sendo uma promessa exclusivamente para o período da Igreja na terra – entre o seu derramamento ocorrido em Atos 2 e o seu arrebatamento. Há também, os gentios (incrédulos) que nunca ouviram falar do verdadeiro evangelho da Graça de Cristo, que também terão oportunidade de voltarem-se à Cristo e se submeterem ao Seu Senhorio em suas vidas, através do arrependimento, para entrarem no reino milenial. Em razão de acreditarem no Senhor Jesus, muitos, nesta época, serão martirizados e perderão suas vidas aqui em razão do testemunho cristão que confessarem, isto como resultado do seu arrependimento. No entanto, para aqueles que ouviram o verdadeiro evangelho antes do arrebatamento da Igreja e, conscientemente, o rejeitaram, tendo “prazer na iniquidade”, não haverá mais oportunidade, pois Deus lhes enviará a “operação do erro para que creiam na mentira” (2 Ts 2:7-12) e certamente perderão suas vidas em razão da abertura dos sete selos e ante o tocar das sete trombetas apocalípticas (Ap. capítulos 5, 6, 8, 9 e 11:15-19), que serão sucedidos pelo derramamento das sete pragas contidas nas sete taças angelicais (Ap. capítulos 15 e 16) – este assunto demanda um outro estudo. O evangelho pregado nesta época (no período de grande tribulação), terá o caráter de arrependimento, que é o mesmo pregado pelo Senhor Jesus e seus discípulos nos evangelhos, ou seja, antes da inauguração da Igreja, sendo nominado pela Palavra de Deus como “Evangelho do Reino” – você encontrará este caráter de pregação em Lc 24:47, Lc 3:8, Mt 3:2, Mc 6:12, Mt 4:17, Mc 1:15 e Lc 15:7. Após a inauguração da Igreja (que ocorreu em Atos 2 – com o derramamento do Espírito Santo sobre toda a carne e a possibilidade de selamento sobre todo aquele que crer) o Evangelho – embora seja o mesmo – passou a ser pregado em caráter de GRAÇA, onde a Fé no Filho de Deus e em Sua Obra Redentora na Cruz é suficiente para salvar o cristão da “ira futura” (1 Ts 1:10) e justificá-lo perante o Pai, sendo nominado pela Palavra de Deus como “Evangelho da Graça”. Este caráter de pregação você encontrará principalmente através do ministério do Apóstolo Paulo, para quem aprouve Deus revelar verdades que ninguém conheceu antes dele (nem na terra, nem nos céus) – Ef 3:2-13, Ef 6:19, Col 1:24-29 e Rm 16:25-17. São promessas de bênçãos absolutamente espirituais e forma de salvação, reservadas somente à Igreja de Cristo, que não serão encontradas em nenhuma passagem bíblica do Velho Testamento. Para melhor compreensão dos mistérios revelados somente através do ministério do Apóstolo Paulo, acesse o link: http://www.respondi.com.br/2013/07/paulo-deveria-estudar-teologia.html. De volta à falar sobre o Evangelho do Reino (para arrependimento), este sim será pregado em todo o mundo, e em testemunho a todas as pessoas, para só então vir o fim (Mt 24:14). Ledo engano acharmos que o Evangelho da Graça (para salvação pela FÉ) precisará ser pregado em todo o mundo, para depois ocorrer o arrebatamento. Na verdade, o arrebatamento da Igreja vem SEM SINAIS! Como asseverado, para aqueles que não foram arrebatados e que, conscientemente, rejeitaram o amor de Jesus Cristo e Sua gloriosa Obra na Cruz (deixando de serem inseridos na Igreja), ficarão reservados ao erro e crerão na mentira do homem do pecado (o iníquo), que se levantará neste período à enganar as nações, vez que a Palavra de Deus nos mostra que a única força capaz de deter este chamado anticristo é o Espírito Santo – “que agora o detém” – mas que será tirado por ocasião do arrebatamento (2 Ts 2:1-14). Durante este período, os que crerem em Cristo serão poupados de alguns eventos (Ap 9:4), porém, os perdidos sofrerão todos os danos descritos para esse momento, que sobrevirão mormente sobre aqueles que, avarentos, ajuntarem tesouros para si nesta terra (Tg 5:1-6). Após este período, Cristo virá outra vez, agora COM A SUA IGREJA* – observe o termo grifado – intitulado como FILHO DO HOMEM, à julgar as nações e trazer à vida todos estes mártires e cristãos que a perderam em razão do testemunho dado durante a grande tribulação, selando o 3º e último estágio da 1ª Ressurreição (Mt 25:31-46). Os que estiverem vivos neste momento e que creram no Senhor Jesus Cristo, serão SEPARADOS e RECOLHIDOS pelos anjos de Deus (Mt 24:31 e 13:49) para que, juntamente com os mortos também mediante a Fé Nele, já ressuscitados, possam entrar no reino terrenal de Cristo, como visto, e reinarão com Ele por mil anos. A Palavra de Deus diz que estes dias serão abreviados, pois, caso contrário, ninguém chegaria a entrar no Reino Milenar (Mc 13:20) – observe a expressão “nenhuma carne”, indicando não se tratar ali da vida eterna, mas da entrada das pessoas que estiverem ainda VIVAS na terra, neste reino terreno de Cristo, bastando ler o contexto da passagem para confirmar que o capítulo 13 inteiro do evangelho de Marcos está descrevendo o período da grande tribulação (v. 1-8), orientando os judeus remanescentes e lhes fornecendo coordenadas para viver este período (v. 9-23), além de descrever os sinais e prodígios que precederão a VINDA DO FILHO DO HOMEM (v. 24-37). Estas disposições também podem ser encontradas no evangelho segundo Mateus, capítulo 24. Sempre gosto de lembrar aos irmãos a diferença entre a vinda de Cristo para o arrebatamento e cumprimento do 2º estágio da 1ª ressurreição (que se dará para a sua Igreja, inaugurando o período tribulacionista), e a vinda de Cristo como Filho do Homem, para julgar as nações e para o 3º estágio da 1ª Ressurreição (que se dará com a sua Igreja, encerrando o período tribulacionista). Quando vier julgar as nações, como Filho do Homem, Cristo virá juntamente com a sua Igreja (arrebatada há 7 anos e já galardoada – recompensada). Esta recompensa se dará no céu, através do julgamento de galardões que ocorrerá através do TRIBUNAL DE CRISTO (Rm 14:10 e 2 Cor 5:10). Para melhor compreensão sobre todas as vindas de Cristo, acesse: http://manjarcelestial.blogspot.com.br/2015/07/vindo-para-os-seus-vindo-com-os-seus.html. Sobre o estabelecimento do Tribunal de Cristo – que ocorrerá somente para os salvos em Cristo, nos céus e após o arrebatamento – aconselho um livreto escrito pelo irmão Bruce Anstey, denominado “O Tribunal de Cristo” e que pode ser encontrado no link: http://localreuniao.com/livretos.html. Não podemos esquecer que este reinado (milênio) é precedido pela prisão de satanás (Ap. 20:1-2), que será solto logo após o término destes mil anos (Ap. 20:7) e enganará a muitos ainda, antes do estabelecimento do grande trono branco, evento único da 2ª Ressurreição, que trará à vida todos os incrédulos de todas as eras, para que sejam julgados e condenados por suas obras, tendo como destino o “lago de fogo” vez que não creram no Filho de Deus (através do evangelho da graça, durante o período da Igreja na terra) nem se arrependeram para perdão os pecados (através do evangelho do reino, durante o período da grande tribulação) – Ap 19:20, 20:10, 14-15. As disposições aqui trazidas, nem de longe pretendem esgotar o tema, pelo contrário, trata-se de um resumo cronológico a fim de entendermos realidades concernentes às ressurreições bíblicas e os eventos que a cercam, bem como servir de material de edificação aos salvos que integram o UM SÓ Corpo de Cristo. Havendo interesse de aprofundamento no tema e conhecimento dos sub-eventos que permeiam estes principais, aconselho a proveitosa leitura do livro “Acontecimentos Proféticos”, do autor Bruce Anstey, que pode ser encontrado em sua íntegra no link: http://files.3minutos.net/ebook/Acontecimentos-Profeticos-Bruce-Anstey.pdf e também uma breve, porém, precisa exposição do tema contida no link: http://manjarcelestial.blogspot.com.br/2009/06/resumo-profetico-ce-lunden.html. Vencidas as questões cronológicas das ressurreições que estão por ocorrer, é importante sabermos a essência de uma ressurreição, ou seja, porque razão ocorrerá, como ocorrerá e para qual dimensão ressurgiremos. Estas respostas também estão presentes na Santa Palavra de Deus, em que pese pouco difundidas nos dias atuais. Após todo este estudo textual e de referências bíblicas, alguém ainda pode se perguntar: “mas como eu ressuscitarei? Com qual corpo? Será nesta terra ou em outra dimensão? Porque razão tem que ser assim?”. Pois bem, não se sinta arrependido de ter suscitado esta dúvida, até porque esta era a mesma dúvida de alguns irmãos dentre os que se reuniam na Igreja de Corinto: 1 Coríntios 15:35 Mas alguém pode perguntar: "Como ressuscitam os mortos? Com que espécie de corpo virão? " Para saná-la, o Apóstolo Paulo exemplificou o ato de ressurgir o comparando ao processo de plantação de uma semente, explicando que, neste caso, não há como o grão plantado nascer, se primeiro não morrer (1 Cor 15:36-37). Jesus já havia ventilado sobre este princípio em (Jo 12:23-24). Ora, se provaram a morte (tendo seu corpo semeado como o grão), provarão também o ressurgimento (como a planta que surge proveniente do plantio daquele grão). Assim, deixou claro que o ato de ressurreição somente ocorrerá para aqueles que estiverem mortos naquele momento, assentando que os vivos da ocasião não experimentarão a morte para serem imediatamente ressuscitados (mas serão imediatamente transformados em glória, poder, incorruptibilidade e eternidade – 1 Cor 15:51 – estas são as mesmas características do ressurreto, entretanto, sem passar pela ressurreição, visto que não morreram). Em contrapartida, também não experimentarão o ato de ressurgir das mãos do Criador. De uma forma ou de outra, é Ele (Deus) quem dará a forma ao novo corpo ressurreto – dos mortos – ou transformado – dos vivos – como lhe aprouver (1 Cor 15:38). Outra interpretação que vai de encontro (contra) a Palavra de Deus, está na ideia de que o ressurreto receberá um NOVO corpo assemelhado ao que Cristo recebeu quando de sua ressurreição (algo do tipo como um corpo externo, que estaria pronto e esperando para que a pessoa seja “encaixada” dentro dele). Na verdade, o corpo à ressuscitar é o mesmo que veio a morrer, contudo, adornado de uma nova forma que será insculpida pelo próprio Deus, como visto. A ressurreição é um ato estritamente ligado ao corpo que morreu, que por sua vez, figura o grão semeado. Quanto à semelhança com o corpo de Cristo, lembramos que não se trata do mesmo corpo, mas das mesmas características outorgadas ao corpo Dele. A diferença é que o corpo que vai à sepultura (à morte) é natural, passível de perecimento, em pecado, em desonra e fraqueza, porém, quando Deus o chamar à ressurreição, virá à vida absolutamente imperecível (eterno), incorruptível (sem probabilidade de cometer erros ou possuir doenças físicas e emocionais), perfeito em glória e poder, como descreve a Palavra (1 Cor 15:42-44), em uma dimensão incomensuravelmente mais excelente, cuja natureza foge ao nosso humano e limitado entendimento. Outra importante verdade, é que não seremos “almas penadas” que vagam, voando pelo universo, no melhor estilo “fantasmas” e desprovidos de carne e ossos (neste caso, muitos acreditam que seremos integralmente seres espirituais). A Palavra de Deus não permite esta crença pelos cristãos, pois se assim o fosse, não receberíamos um corpo com as mesmas características daquele que recebeu o Nosso Senhor, vejamos as características do Corpo Dele após sua ressurreição, isto é, já glorificado. Em (João 20:26-29) encontraremos o Senhor Jesus (já ressuscitado) concedendo o direito a um dos discípulos (Tomé) de tocar-lhe os furos dos cravos em suas mãos e à marca da ferida lateral deixada pela lança romana no episódio da Cruz, contudo, Ele fez isso minutos depois de ter atravessado as paredes daquele recinto, já que a Palavra relata que as portas “estavam fechadas” (v. 26). Ora, embora em um corpo glorificado e com as características de eternidade, conforme já estudamos, é crível que o mesmo é um corpo de carne e ossos, que inclusive se alimentará normalmente, se não é o que define (Mt 8:11) quando da expressão “assentar-se-ão à mesa com Abraão, Isaque e Jacó no Reino dos Céus”. É perfeitamente compreensível que Tomé, mesmo não estando glorificado, tivesse tocado naquele Corpo do Senhor Jesus, visto se tratar de dois corpos materiais – um glorificado (o de Cristo) e outro não (o de Tomé) – mas ambos de carne e ossos. A glorificação do nosso corpo ressurreto dará a ele características de adaptação à eternidade, mas ele continuará a ser de carne e ossos. Entretanto, encontramos uma suposta contradição pelo que fora dito pelo Apóstolo Paulo em (1 Cor 15:50), onde relata que “carne e sangue não podem herdar o Reino de Deus”. Ali, o Apóstolo está se referindo à carne e o sangue, assim como se encontra SEM CRISTO, isto é, na incredulidade, corrupção e defasada pela sua natureza caída proveniente do ser humano sem Deus, como termina de explicar ao final do mesmo versículo dizendo que “nem a corrupção herda a incorrupção” – repare que é a carne e o sangue “na corrupção” que não podem herdar a incorrupção da glória de Deus (e não em seu estado glorificado). Ademais, a Palavra também nos ensina em (1 Cor 15:39-41) que há diferenciações entre as carnes, ressaltando que “nem toda carne é a mesma carne” onde uma é a carne de homens, outra de animais e outra de peixes e aves, mas se há uma coisa certa, é que “Deus dá-lhe o corpo como quer e a cada semente, o seu próprio corpo”. Em outras palavras, o Apóstolo está dizendo que, ao seu momento, Deus trará nosso corpo de volta à vida e lhe atribuirá a forma que lhe aprouver, outorgando-lhe poder para viver a eternidade, ainda que de carne e ossos, assim como o é o de Cristo, Nosso Senhor! O que fica para nós, meros seres humanos, fadados ao fracasso da morte, por causa do pecado originariamente assumido no jardim do Éden por Adão, é que a ofensa pecaminosa fora superada pela obediência e sacrifício de um outro Ser, totalmente homem e totalmente Deus – Jesus Cristo – a esperança da glória (Cl 1:27), que veio em carne, morreu e ressuscitou como as primícias dos que dormem, como vimos, sendo que junto com ele, “crucificou o nosso velho homem” (Rm 6:6) nos libertando do pecado original pela Fé no Seu Nome e Obra. A morte pode ter reinado, desde a ofensa de Adão até a instituição da Lei Mosaica (Rm 5:14), mas a Palavra nos assegura que a obediência de Cristo se sobrepôs à desobediência de Adão, nos reconciliando com Deus através da Fé no Seu Sangue precioso derramado naquela Cruz. Agora temos que os reinados foram substituídos e onde o pecado reinava para morte definitiva das pessoas, a graça de Deus passou a reinar, pela justiça imputada ao Sangue de Cristo, para a vida eterna daquele que crê em Seu Glorioso Nome. De fato, “onde abundou o pecado, superabundou a graça” (Rm 5:21), o que em outras linhas seria dizer que, onde encheu de pecado por causa da ofensa de Adão, transbordou de graça por causa da Obra de Cristo por nós, cabendo a cada um escolher; ou permanecemos cheios de nosso originário pecado, sabendo que, ao morrermos, somente seremos ressuscitados após o reino milenial de Cristo, no julgamento final dos perdidos do GRANDE TRONO BRANCO (para a condenação), ou damos um salto da morte para a vida (João 5:24-25) ao crermos em Jesus Cristo como nosso único e pessoal Salvador, permitindo transbordarmos através da Sua graça ofertada, com a promessa de que “ouviremos a sua voz” e seremos transformados ou chamados de dentro dos sepulcros à ressurreição na Sua vinda PARA a sua Igreja, para estarmos eternamente em Sua gloriosa presença. Por: Reny Junior Comments are closed.
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October 2017
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